quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Qual é o meu valor?



1. Por que Ana estava tão impressionada por não ter filhos, embora soubesse que seu marido a amava? 1Sm 1:1-16



Os sentimentos de Ana não devem ser tão difíceis de entender, especialmente em uma cultura em que não ter filho homem significava não ter nenhuma segurança na velhice. Não ter nenhum filho era entendido como maldição divina. Tanto na esfera pública como na familiar, uma mulher sem filhos tinha que viver com o estigma de ser supostamente amaldiçoada por Deus. Obviamente, esse fato afetava seu valor aos olhos da sociedade, sua própria autoestima e seu relacionamento com Deus. Ana deve ter pensado frequentemente o que havia feito para merecer isso. Por que isso estava acontecendo com ela?



2. Para entender a profundidade do desespero que a esterilidade trazia às mulheres no mundo do Antigo Testamento, leia as declarações de Sara (Gn 16:1, 2) e Raquel (Gn 30:1). Como essas mulheres nos ajudam a entender a força desse sentimento naquele tempo?



A ação de Sara é razoável no contexto dos costumes sociais e culturais de seu tempo. Porém, nos fornece um vislumbre do desespero que ela devia sentir e o fardo que devia levar. Que mulher encorajaria o marido a ter relações com outra mulher a fim de ter filhos? Enquanto isso, o pedido sincero de Raquel a Jacó reflete um pouco a emoção de Ana e o tumulto de seus sentimentos.


Para Ana, a inveja e o senso de “não ser ninguém” criou uma mistura explosiva de emoções que finalmente explodiu quando ela despejou o coração diante do Senhor. O que tornava as coisas ainda piores era que Ana não estava ficando mais jovem. O tempo estava contra ela e, aparentemente, Deus também.


Lembre-se de que, no tempo de Ana, o papel de uma mulher na sociedade estava principalmente associado ao parto e à criação dos filhos. Não havia outra possibilidade de fazer carreira. Uma mulher não podia mudar de carreira e encontrar realização em outra ocupação. Temos exemplos de mulheres juízas e líderes no Antigo Testamento, mas esses exemplos são muito limitados e dependentes do chamado direto de Deus. Era só pelos filhos que Ana podia reconhecer o valor de sua vida e deixar um legado. Para ela, sem filhos, a vida não tinha nenhum significado real.




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